domingo, novembro 01, 2009

todos os santos e dois dentes




Quando o Halloween se propaga a olhos vistos com o respectivo merchandising não é difícl perceber uma das razões porque se vão perdendo os Santinhos.
Eu ainda fui pedir os Santinhos uma vez ou outra, estava frio. E se hoje, com menos 25 anos, me pedissem para escolher entre pegar numa cestinha da mãe ou no saco do pão da avó, entretanto já bisavó, ou numa abóbora de cetim como a que acabei de ver na televisão e nem sabia que existia...hesitava. Escolher entre bolachas maria, broas que se desfaziam no fundo do saco e nozes ou castanhas recolhidas antes de ir almoçar à avó, entretanto bisavó, ou ter 7 anos e ir antes às compras escolher umas fatiotas engraçadas e pintar-me e imagino o que devem receber agora, não é fácil. Custa manter as tradições cristãs quando as celtas vêem tão bem embrulhadas.

O menu do almoço em casa da minha avó fazia, no entanto, o meu dia gastronómico preferido e difícilmente o trocaria por alguma coisa. Insisto.
Haveria e ainda há muitas coisas de que gosto mais do que de entrecosto frito com migas, papas e broas de milho. Mas a sequência é imbatível. Nada mais faz sentir, sobre o estômago confortado pelas migas humedecidas na fritura do entrecosto, a boca doce do mel com sabor a erva-doce.

Ainda não foi este o ano em que revaivámos a memória de bons costumes. Estas coisas são exigentes, não vêm em nenhuma caixa da secção de congelados; haja respeito.
Só tinha uma vaga ideia de como fazer as papas. Não correu bem, voltaremos a tentar.
Há que aprender a organizar a tradição para a podermos transmitir à geração vindoura.

Estão já dois dentinhos à espera destas e outras iguarias.
Chegaram hoje.

1 comentário:

melro disse...

se não for muito chato (e muito pendura), para o ano não me ralava de testar a nova experiência ;)
desculpa o desabafo, é que ainda não jantei...
beijos aos 3