vai, vai, vai, o machado vai e vem.
tal e qual como o machado do lenhador também a agulha da costureira dá pontos sem parar para fazer o teu Natal.
já pensaste no trabalho que dá coser os vestidos de mais de mil bonecas?
ai, tanta linha, tanta agulha. ai, tanto dedal.
a costureira cose cose os braços da boneca
a costureira corta corta a barra de uma saia
põe um laço de fita azul no alto da cabeça
rendinhas no aventalinho feito de cambraia
a costureira cose cose cose sem descanso
a costureira corta corta corta sem parar
e chega sempre ao fim do dia morta de cansaço
porque o natal da costureira é só trabalhar
ai, tanta linha, tanta agulha. ai, tanto dedal.
ai olhos tão cansados de trabalhar a costura
para que todos os meninos tenham bom Natal
a costureira gasta a vista numa vida dura
quando pegares ao colo na tua linda boneca
aperta-a bem ao peito e a seguir dá-lhe um beijinho
é como se desses um beijo a esta costureira
que transformou trabalho em bonecos e carinho
| 03. a costureira.m... |
Operários do Natal (1978): textos de Ary dos Santos e Joaquim Pessoa.
Música e interpretação de Carlos Mendes, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho.
Voz de Maria Helena D'Eça Leal
4 comentários:
Esta sempre foi a minha canção do disco, parece o som de uma caixinha de música que se move com o ritmo da agulha que cose. Imaginei mil vezes a bonequinha (e nem sabia o que queria dizer cambraia).
O meu disco de vinil já não toca, não quero, não permito que se estrague. Obrigada por o pores aqui e me devolveres o som dos natais da nossa infância.
(Faltou-te dizer que a voz da costureira é a Ana Bola)
Também adorava esta música. Acho que de tanto ver a minha avó a costurar -e a fazer-me vestidos para as bonecas - percebia melhor do que falavam.
Não sabia que era a Ana Bola...
Já que tens a ficha técnica no disco agradeço contribuições!!!
Cose com agulha e linha
e com «s», a costureira.
Mas só coze, na cozinha,
com um «z», a cozinheira.
Obrigadíssimo pela correcção e com tal quadra não esquecerei!
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