quarta-feira, janeiro 31, 2007

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AS 10 SEMANAS

As confusões que se têm gerado à volta das 10 semanas levaram-me a mais uma mini-investigação.
A confusão começa pelo facto de podermos colocar o problema em relação à mãe ou em relação à futura criança.
Como o saber não ocupa lugar e não gosto que me mintam sem que possa retorquir, fui ver o que acontecia a ambos às 10 semanas.

De modo geral, simplista e despretencioso, entre as 8 ou 10 semanas o ser que cresce no útero da mãe deixa de ter o nome de embrião para passar a ser feto correspondendo ao término da fase de diferenciação para entrar num período de desenvolvimento.
Assim, se procurarem, como fiz, imagens de um feto ou embrião de 10 semanas os resultados são variadíssimos, desde ecografias onde não se vê nada até crianças aparentemente prontas a nascer...
Depende, mais uma vez, do ponto de vista.
Depende, como sempre, do que se quer ver.
Mas não nos deixemos levar por visões românticas de quem quer ver mais do que realmente existe.

O que se diz:

Development of the Fetus
At the end of the 8th week after fertilization (10 weeks of pregnancy), the embryo is considered a fetus. During this stage, the structures that have already formed grow and develop. By 12 weeks of pregnancy, the fetus fills the entire uterus. By about 14 weeks, the sex can be identified. Typically, the pregnant woman can feel the fetus moving at about 16 to 20 weeks. Women who have been pregnant before typically feel movements about 2 weeks earlier than women who are pregnant for the first time. By about 23 to 24 weeks, the fetus has a chance of survival outside the uterus.
The lungs continue to mature until near the time of delivery. The brain accumulates new cells throughout pregnancy and the first year of life after birth.

The Fetal Senses


Sensitivity to Touch
The maternal womb is an optimal, stimulating, interactive environment for human development. Activity never ceases and a fetus is never isolated. Touch, the first sense, is the cornerstone of human experience and communication, beginning in the womb (Montagu, 1978).
Just before 8 weeks gestational age (g.a.), the first sensitivity to touch manifests in a set of protective movements to avoid a mere hair stroke on the cheek. From this early date, experiments with a hair stroke on various parts of the embryonic body show that skin sensitivity quickly extends to the genital area (10 weeks), palms (11 weeks), and soles (12 weeks). These areas of first sensitivity are the ones which will have the greatest number and variety of sensory receptors in adults. By 17 weeks, all parts of the abdomen and buttocks are sensitive. Skin is marvellously complex, containing a hundred varieties of cells which seem especially sensitive to heat, cold, pressure and pain. By 32 weeks, nearly every part of the body is sensitive to the same light stroke of a single hair.

Listening and Hearing
Researchers in Belfast have demonstrated that reactive listening begins at 16 weeks g.a., two months sooner than other types of measurements indicated. Working with 400 fetuses, researchers in Belfast beamed a pure pulse sound at 250-500 Hz and found behavioral responses at 16 weeks g.a.--clearly seen via ultrasound (Shahidullah and Hepper, 1992). This is especially significant because reactive listening begins eight weeks before the ear is structurally complete at about 24 weeks.

The Senses in Action
Ultrasonographers have recorded fetal erections as early as 16 weeks g.a., often in conjunction with finger sucking, suggesting that pleasurable self-stimulation is already possible.
Babies have been known to react to the experience of amniocentesis (usually done around 16 weeks g.a.) by shrinking away from the needle, or, if a needle nicks them, they may turn and attack it.
Finally, researchers have discovered that babies are dreaming as early as 23 weeks g.a.when rapid eye movement sleep is first observed (Birnholz, 1981).


Já para a mulher a interrupção da gravidez será bastante diferente antes ou depois das 10 semanas.


informação médica
[...] Dependendo do tempo de gravidez poderá recorrer a diferentes métodos que se podem classificar em dois grandes grupos: o aborto cirúrgico e o chamado aborto médico que é feito com o uso de medicamentos:

O aborto médico é um método seguro e eficaz para gravidezes precoces. Geralmente, o aborto médico é preferencialmente utilizado nas primeiras 7 a 9 semanas de gravidez. No aborto médico é utiliza a combinação de dois medicamentos para terminar a gravidez. O primeiro (mifepristona (RU-486): Mifeprex ®/ Mifegyne ®) enfraquece a ligação da placenta ao útero. O segundo (misoprostol: cytotec®) provoca contracções no útero e a hemorragia, expulsando o conteúdo uterino.[...]



Hoje, com 29 anos, uma relação de 8, casada há meses, fiquei impressionada com o que vi dos fetos e ou embriões, não posso dizer o contrário. Hoje, na perspectiva de futura mãe enterneci-me ao olhar para as imagens, porque quero ver uma criança crescer. Mas também ainda lembro o que pensava, o que pensei, há uns anos atrás...
O nascimento de uma nova vida prender-se-á sempre com a mulher, com o casal. A interrupção voluntária da gravidez é parte integrante do(s) problema(s) de planeamento familiar e, a partir do momento em que não acredito que o acto sexual sirva apenas para procriar, sei que a interrupção da gravidez existirá sempre.

É a vida da mulher, nascida há anos, que está em causa, essa vida que estará sempre na base da outra - que existirá ou ou não - para o mehor e para o pior.

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