quarta-feira, janeiro 31, 2007

Votar SIM

Porque contra factos não há argumentos, porque estou cansada de argumentos filosóficos mais ou menos discutíveis, porque acredito numa interpretação pessoal e porque (ao contrário do Fernando Santos) os números não me confundem – esclarecem - fui espreitar o estudo da Associação para o Planeamento da Família efectuado entre os dias 6 de Outubro e 10 de Novembro de 2006.

Dos dados fornecidos saliento os seguintes:

“Em que circunstâncias engravidou?”
- O método contraceptivo que estava a usar falhou – 20,8%
- Não estava a usar qualquer método contraceptivo – 46,1%
- Descuido (“enganou-se” nas contas) – 15%
- Não faz ideia/ Não sabe explicar – 18,1%

“Quais os motivos que levaram à decisão de abortar?”
(registo apenas os valores mais altos)
- Era muito jovem – 17,8%
- As condições económicas não o permitiam – 14,1%
- Por não desejar ter filhos – 13,2%
- Tinha tido um filho há pouco tempo – 10,4%
- Marido/companheiro rejeitou a gravidez – 9,4%
- Instabilidade conjugal – 9,1%

“Com quem se aconselhou nessa decisão?”
- Marido / companheiro – 43,8%
- Com ninguém / decidiu sozinha – 22,5%
- Com um familiar – 17,2%
- Com um(a) amigo(a) – 6,7%
- Com o médico / profissional de saúde – 6,1%
- Com outra pessoa – 3,7%

Conclusões

- Já fez interrupção voluntária da gravidez cerca de 14,5% das mulheres entre os 18 e os 49 anos. Entre 346.000 e 363,000 mulheres.
- No úlimo ano fizeram-se entre 17.260 e 18.000 abortos
- O aborto é sobretudo realizado entre os 17 e os 20 anos e entre os 25 e os 34 anos.
- A grande maioria das mulheres fez um único aborto.
- Cerca de 73% das mulheres que realizaram aborto, fizeram-no até às 10 semanas de gravidez.
- Das mulheres que abortaram, 21% engravidou em consequência de uma falha do método contraceptivo.
- A maioria dos motivos que levou ao aborto é de carácter social.




Destaco ainda que o maior número de abortos (39,4%) foram realizados numa casa particular e, com número muito menor mas não menos arrepiante, 1,3% foram realizados em casa.
Confirmando o argumento utilizado pelo Dr. Vital Moreira no último "Prós e Contras", em como a sociedade, ao contrário da lei, não persegue nem denuncia estas “criminosas”, o facto é que 72,5% obteve informações sobre o local de realização do aborto através de pessoas amigas e 22,7% foram informadas através de um profissional de saúde; sendo que todas as mulheres ganhariam se este último número fosse superior.

O estudo está disponível no site da APF ou aqui.

Há que olhar, com olhos de ver.
Por decisões informadas.

Sem comentários: