Quanto menos se faz menos vontade se tem de fazer...
Consciente de que andava em círculos parei de andar.
Quando tomo consciência de que não tenho controlo sobre as situações desisto e deixo que me controlem, que dá muito menos preocupações, o que me parece bem. Mas quanto menos preocupações reais existem, tendo em conta que o cérebro tem de ter qualquer coisa com que se entreter, inventam-se outras. Quando a cabeça começa a trabalhar no vazio geralmente surge uma panóplia de problemas existênciais com os quais se ocupa tanto mais quanto mais irresolúveis são.
Depois de tanto tempo a andar em círculos vejo os meus desenhos surgirem das mãos de outra pessoa, o meus raciocínios a serem confirmados; e fico contente comigo mesma, mais segura.
Deixo de ter tempo para dramas, esqueço-me deles, se é que têm alguma existência a ser esquecida.
Centro-me no que é real, no que depende da minha acção para se solucionar e pergunto-me o que é que andei a fazer antes que não aproveitei o tempo agora, subitamente, tão curto.
Quanto mais se faz mais vontade tem de ser fazer...
Há muitos muitos anos atrás vivia numa terra longínqua uma menina muito equilibrada.
Quando era preciso a menina levantava-se cedo, às vezes até mais cedo do que era preciso se sentia que ela própria precisava.
A menina ía à escola, estava com a atenção necessária, registava tudo o que pensava ser-lhe útil no futuro nos seus caderninhos e esperava pacientemente que as aulas acabassem.
Quando as aulas acabavam esquecia tudo e começava o dia.
À noite lia, pensava na vida, escrevia e ainda sobrava tempo para dar atenção a pormenores sem importância nenhuma que transformava em belos romances.
Um belo dia o equilibrio deixou-a.
A menina caiu do trapézio e viu o chão a aproximar-se muito muito rapidamente.
sábado, fevereiro 25, 2006
(des)equilíbrio
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1 comentário:
Minha querida, pela primeira vez te escrevo neste teu mundo...já o tinha espreitado, mas não comentado. O q li neste texto leva-me a pensar na necessidade de controlo q nos traz segurança à vida. Mas qual controlo, qual mundo cor-de-rosa. A vida complica-se, precedida do complicar do pensamento- q de concreto passa a abstracto- e tudo muda. Tudo passa pela margem q nos permitimos dar à imprevisibilidade na nossa vida. Quanto mais flexíveis formos connosco, mais facilmente nos adaptamos às circunstâncias (mesmo q por vezes sejam autênticos muros de betão...). Crescer, amadurecer...passa pelo sofrimento e pelo desequilibrio de q falas. É aqui q, na minha opinião, nos tornamos adultas; quando vemos a vida tal qual ela é...sem controlabilidade a 100%, a exigir q nos adaptemos também a ela. Por vezes dói demais, por vezes saimos de forma heróica...até ao proximo imprevisto. Carpe Diem e, acima de tudo, sê muito feliz c o q a vida te dá e te é possivel transformar p melhor! Mil beijos p a noiva!! S. (sabes quem sou?!)
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