sábado, fevereiro 25, 2006

Sou noiva III - os convites


Vejo-me obrigada a reconhecer que tratar dum casamento é complicado, moroso e, sobretudo, deprimente!
E quanto mais se procura simplificar mais complicado se torna, por absurdo que pareça.
Tudo o que existe é pensado de modo a complicar, é excessivo - para não dizer piroso. Não digo que não exista uma ou outra coisa mais interessante, mas quanto mais se tira mais se paga, quanto mais simples mais caro.
Na saga dos convites, depois de muita pesquisa, optámos por sermos nós a fazê-los.
Perguntei a um amigo que se casou há uma ano como conseguiu uns convites tão simples. Os convites deles, minimalistas como convém a um casal de arquitectos, resumem-se a cartões de papel reciclado cinzento claro com impressão de texto. "Mandámos imprimir numa gráfica; o papel foi comprado perto da Amadora, era o mais caro porque vem da Suiça. O melhor é falares com a Clara que ela é que tratou disso." E assim disse tudo...
Quando damos por nós estamos no fim do mundo à procura de um papel - simples dizíamos - que se transforma num artigo especialíssimo vindo sabe deus de onde. E quando digo nós estou a falar das noivas, naturalmente.
Não tenho razão de queixa do noivo, devo dizer, dentro do género... Ajuda-me a ter ideias (quando lhe apetece), já foi comigo a uma loja (internet e as outras lojas ficaram por minha conta). Sim, não tenho razão de queixa, sei que há muito pior, mas se não revirasse os olhos cada vez que falo em ver de fotógrafo e olhásse para o que lhe estou a mostrar em vez de desviar os cartões para ver melhor o vulcão na televisão eu, pessoalmente, não me importava nada.
Tenho procurado ver isto tudo como uma experiência nova, apesar de pouco enriquecedora. Tenho procurado torná-la enriquecedora dedicando-me áquilo que realmente me pode interessar para o futuro - decoração, que gosto sempre de ver e saber de coisas novas - e relegando para segundo plano ou procurando despachar em grande velocidade o que vai morrer no tal dia.
Definitivamente casamento é coisa de mulheres!
Valha-me a minha mãe e as minhas amigas que se entusiasmam tanto ou mais que eu (o "mais que eu" é dedicado à afilhada-futura-madrinha!!!)

Pensando melhor, não sei qual é o meu espanto...
O casamento é um ritual e todos os rituais têm um fundo de provação, de sacrifício. Foi para isso que foram inventados: para pôr em causa a real vontade de pasar a uma nova fase de vida e, no fim de passar todas as provas demonstrativas de convição, festejar essa mudança.
A preparação do casamento é um meio de confirmar se se quer mesmo ficar junto da outra pessoa no melhor e no pior!

2 comentários:

Catarina disse...

Meu amor, quem te conhece sabe que istoé um post de auto-mentalização.
Organizar um casamento, para alminhas como tu (ou eu) deve ser um verdadeiro e aterrador sacríficio.
Mas ainda bem que vale a pena.

Ladybug disse...

Madrinha-futura-afilhada:
Infelizmente, os noivos são mesmo assim, desinteressados! E como tu própria dizes, muita sorte tens com o teu!
Conta comigo para esses pormenores todos, sabes que para mim é um prazer!
Procurar papel? Vamos a isso!! É só dizeres quando!