sexta-feira, agosto 07, 2009

O Pimpolho é um intelectual I



A Arquitectura remodela uma pessoa: em frente das canções de embalar construiram-se muros onde pequenas frestas deixam apenas passar algumas músicas que ali estão à menos tempo e perante as histórias infantis ergueram-se paredes de betão, do mais puro minimalismo, sem um buraquinho sequer.

Felizmente existem os livros.

Tendo em conta a remodelação acima referida, quando ao Pimpolho era mais pequeno - pequeníssimo, portanto - já lhe lia histórias para o adormecer.
Agora que já cresceu alguma coisa - já tem mais 20cm e 4 Kg do que quando nasceu! - achei por bem passar-lhe os livros para as mãos.

A loucura!

Nenhuns peluches, musiquinhas, rocas e luzinhas surtiram tamanha alegria como um livro.
Um livro escolhido a dedo é certo: nem muito grande nem muito pequeno tanto em volume como em número de páginas, com tantos desenhos quanto possível e que pudesse estragar à vontade. A escolha recaiu sobre uma banda desenhada do Charlie Brown.
Abre-se, fecha-se, as folhas abanam, fazem barulho, em cada página formas e cores que se podem ver e rever vezes sem conta... Ria, pinchava, dava gritinhos, arrastava as mãos pelas páginas e amachucava-as...
Há lá melhor brinquedo que um livro?

E, de repente, adormeceu.
Também acontece isso aos crescidos, com os livros, expliquei-lhe.



(mais um post que só teve tempo de ser começado na data acima)

1 comentário:

Susana Rodrigues disse...

Uma caixa de cartolina tem mais ou menos o mesmo efeito. O meu tem dois livros, dele a sério (que de herança são umas centenas senão milhares). Um não lho passo ainda para as mãos, porque é de micro-esponja e acho que terminaria entalado no seu esófago. O outro, presente recente de uma amiga, é próprio para ele: histórias do Pedrito o Coelho, na língua original. Receio que cada uma das páginas grossas de cartão se desmultiplicasse em 20 páginas mais finas. Portanto aguarda dias vindouros e no entrto brinca mas é com as caixas de cartolina. Vá lá... vai trabalhando a geometria e talvez possa seguir o caminho que a mãe não quis trilhar...