Império à deriva - Ed. Civilização
Em 1807, na iminência da invasão francesa, D. João tomou a decisão de fugir de Portugal pela única saída possível: o mar. Rumou ao Brasil e a bordo das naus levou 10 000 aristocratas, ministros, padres, criados, militares, a carruagem real, um piano e toneladas de livros e documentos. Ao fim de uma difícil viagem de dois meses, a corte portuguesa chegou ao Brasil imunda, esfarrapada e cheia de piolhos.
O Rio de Janeiro transformou-se rapidamente na “Versailles tropical”, construiu-se uma ópera, um jardim botânico e o paço real, tudo isto com vegetação exuberante como pano de fundo. Esta nova capital imperial era o maior porto de escravos das Américas, sendo este comércio a base da economia do país. No entanto, quando em 1888 a Princesa Regente, D. Isabel, aboliu a escravatura, não sabia que tinha acabado de dar o primeiro passo para a abolição da monarquia. Este é um livro recheado de personagens reais e inéditas: a rainha D. Maria, louca e deprimida, D. João, obeso e indeciso, D. Carlota, que detestava o marido e o Brasil, e D. Pedro, mulherengo irreverente, que proclamou a independência do Brasil.
Apesar de me ter sido oferecido em Novembro só ontem terminei de ler este livro que, haja outra disponibilidade, se pode ler de uma assentada e sempre com um sorriso nos lábios.
Digamos que o li ao ritmo do império em causa.
Depois de 500 anos a aprendermos como fomos um império magnífico - nomeadamente quem, como eu, teve a infelicidade de ter História durante os 500 anos de comemorações dos 500 anos dos Descobrimentos -, 200 anos depois da partida da Corte para o Brasil é tão boa altura como outra qualquer para se perceber como chegámos ao dias de hoje.
Ou como já estava cá tudo para sermos como somos!
Um livro bem mais actual do que parece...
segunda-feira, setembro 08, 2008
Actualidade
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5 comentários:
Partilhando, refiro-te um livro de Miguel Real sobre o Marquês de Pombal, e com o título de " A Voz da Terra",que, em outra altura, e com outros intervenientes, mostra "como estava já cá tudo para sermos como somos"!
Não obstante,a têmpera de homens como Joaquim Miranda mostra que não há fatalismos!
É verdade... :)
Hei-de espreitar esse livro. O Marquês é um personagem fabuloso!
Apesar de ter para ler "O Tratado da República" de Cícero, e "Diplomacia" de Kissinger, encomendei, hoje, no Corte Inglês, "Portugal à deriva"!
Sendo certo que Portugal está à deriva,todavia, o nome do livro é "Império à Deriva"!
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=15281
Nesta página, uma das maiores economistas brasileiras mostra como a existência de um sector financeiro público é essencial para evitar que uma comunidade política, entenda-se um Povo, ande à deriva!
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