sexta-feira, julho 04, 2008

Arrumações





Não gosto de embalagens.
Gosto de frascos, cestas, taças, caixas e caixinhas, mas não de embalagens.
É uma constatação. Um facto.

Gosto de chegar a casa com os sacos do supermercado e tirar os pacotes das embalagens e os alimentos dos pacotes e guardar tudo nos frascos e cestas e taças e caixas e caixinhas respectivos.
Gosto de separar logo as embalagens de cartão e os pacotes de plástico e por tudo o que não interessa que ocupe espaço para reciclar.
Gosto de ver os alimentos nos frascos, nas cestas, nas taças.
Gosto de abrir as caixas e caixinhas como se o que está lá dentro fosse surpresa.

Quando não dá jeito tirar as coisas das embalagens, tiro as etiquetas como se quisesse transformar as embalagens em frascos.
Já me fizeram constatar este facto...


Quando cheguei a casa com os sacos do supermercado comecei a tirar os flocos para o frasco e, gulosa, abri a caixinha onde guardo as bolachas.
"Ter as bolachas na caixa tem a vantagem de não se ver como diminuem no pacote." pensei... e fez-se luz:
Os pacotes sempre me trairam, por isso não gosto deles!

De bolachinha em bolachinha, sempre fui esvaziando pacotes...desde pequena.
De bolachinha em bolachinha, de chocolatinho em chocolatinho, discretamente.
E tudo correria bem se não fossem os pacotes, gigantes inalteráveis denunciadores.
- Quem é que comeu tudo e deixou aqui o pacote?! - perguntava a minha mãe as primeiras vezes.
- Porque é que comeste tudo e deixaste o pacote? - perguntava a minha mãe quando já conhecia a autoria dessas frequentes instalações na dispensa.
Tirar o pacote era assumir que ia comer tudo.
Deitar fora o pacote era assumir que tinha comido tudo.

Com o tempo comecei a resolver o assunto à partida.
Com o tempo tornei-me mais pragmática:
Retiro a embalagem, centro-me no conteúdo.



Nota:
Muito desinteressante deve andar a vidinha para uma pessoa escrever sobre embalagens...

1 comentário:

@na disse...

pode até ser, ams não deixa de ter a sua graça. :)