transformar trabalho em carinho
é isso mesmo que fazem os operários do Natal
os que fabricam sempre nas grandes fábricas
os que cozem em casa
os que vendem sem descanso nas grandes lojas
os que apregoam na rua
e também os que levam as cartas, os que entregam os telegramas
sempre sempre com o saco às costas
o carteiro anda o dia inteiro
leva os postais e anda ainda mais
entre dezembro e janeiro
leva desejos de boas festas
cromos, cartas, muitas encomendas
como serão as suas proprias festas?
O carteiro terá prendas?
de porta em porta chegam os cartões
para alegrar os corações
leva e traz um saco de amizade
seja no campo ou na cidade
o rapaz que entrega os telegramas
vai pedalando na bicicleta
como uma seta ele ultrapassa tudo
a nossa casa é a meta
o carteiro é trabalhador
e ajuda a fazer o Natal
transporta amor num bilhete postal
de norte ao sul de Portugal
de porta em porta chegam os cartões
para alegrar os corações
leva e traz um saco de amizade
seja no campo ou na cidade
04. os carteiros.m... |
Operários do Natal (1978): textos de Ary dos Santos e Joaquim Pessoa.
Música e interpretação de Carlos Mendes, Fernando Tordo, Paulo de Carvalho.
Voz de Maria Helena D'Eça Leal
Com uma infância (e adolescência) cheia de cartas, muito fiquei a dever aos senhores homenageados nesta canção.
E quando digo que fiquei a dever quero dizer também que fiquei mesmo a dever: em selos, que plastificávamos para rentabilizar a sua utilização que a semanada não chegava para tanta escrita!
Talvez por isso (ou seria pelo vermelho Natal dos ctt?) esta era a minha música preferida.
Dedico-a aqui à destinatária de tanta correspondência.
e, já agora, alguém me diz qual é a palavra que falta (que não consigo perceber)?
3 comentários:
o agradecimento ficou na minha casa.
A palavra é: "cromos"
Obrigada! Corrige-se já!
Enviar um comentário