sexta-feira, outubro 19, 2007

Trabalhadores dos sete ofícios (cont.)


img: "One man band" - Pixar

"Ele merece", admitiu Carvalho da Silva, líder da CGTP, que viu uma demorada e sonora assobiadela pontuar a primeira referência que fez a José Sócrates no início da sua intervenção na enorme manifestação que ontem desfilou dos Olivais até ao Parque das Nações. A maior dos últimos 20 anos, segundo a central sindical, e que juntou 200 mil nas ruas - números confirmados pela polícia e que superaram todas as expectativas.
Debaixo de um calor muito intenso para um mês de Outubro, Carvalho da Silva defendeu a necessidade de se afastar o conceito de flexisegurança, e acusou o primeiro-ministro de ter a obsessão de "isolar" os sindicatos.[...]

Começando por uns paritários cabeçudos - homem e mulher em trajes minhotos - e acompanhados pelo conjunto Unidos da Paródia vindos de Amarante, a manifestação estava organizada por sectores de actividade e por distritos. Ao som das palavras de ordem gritadas a plenos pulmões nos carros de som, e num clima de festa, percebiam-se os diversos sotaques de um país pequeno mas com enorme diversidade.
Manuel Bartolomeu, alentejano "emigrado" para Vila Franca, que trabalhou desde os dez anos, sendo reformado aos 57 da Central de Cervejas por "desadequação tecnológica". Já uma jovem trabalhadora do Pingo Doce, que disse ao DN ter medo de dar o nome, desfiou um rosário de atropelos em matéria de horários e precariedade. Um cartaz isolado dizia "Sócrates é eventual." Era impossível não entender o aviso de que só o cartaz é que estava isolado...

DN

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