quarta-feira, abril 11, 2007

A Rolha



Primeiro era na boca.

Mudaram-me de sítio e viraram-me o monitor para o patronato.

Depois era na garganta.

Escrever afinal não era um hábito, mas uma necessidade; tão importante para a cabeça como o banho é para o corpo.

Por fim na alma.

Deixar de escrever sobre nada e guardar tanto sobre o que se poderia escrever.

A boca pouco se abre quando a alma está entupida.
O ar não passa.
Abre-se a boca para a tornar a fechar, como um peixe.
Cerram-se os dentes.

Mas uma rolha também pode servir para nos manter sobre a linha da água...

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