Este Sábado tinha 17 anos e andava no Liceu, enquanto jantava. Depois, não sabia quando cheguei, mas ia voltar ao bar onde a minha mãe insistia que não fosse. Em versão mais pequena mas com sítios onde uma pessoa se sentar (não seria o sucedâneo do "Café Cortiça" porque aí não encontraríamos os metaleiros), mas onde a minha mãe continuaria a preferir que eu não fosse já que a má fama se mantém apesar de ter donos diferentes e se localizar agora frente à polícia.
Quando voltávamos para o carro alguém que não se tinha em pé insistia em conduzir-se a casa.
- Se o teu irmão estivese aqui não fazias isto! Queres fazer o mesmo que fizeste ao Corsa? - perguntava o amigo com a pronúncia local- Queres dar um desgosto à tua mãe? Como podes conduzir com essa dor de costas?
À noite continuei a ler...
"O liceu é um produto da social-democracia, mas da verdadeira e fundadora, a sueca. [...]
Fora alguma coisa em que somos parecidos, e onde nos poderíamos entender com facilidade, como é a vontade de morrer, embora na Suécia seja um suicídio esquisito, porque esses loiros matam-se porque têm tudo, e aqui as pessoas, em geral, matam-se porque não têm nada, nisso somos mais saudáveis, não vejo semelhanças entre esta cidade e a Suécia.[...]
Quando agora se fala do ranking nacional das escolas secundárias, o liceu está sempre para último, no número 500 e muitos, num total de 600, mas desconte-se três valores ao calor. Três valores em vinte, pelo menos, evaporam-se ou derretem no exame, não é só ignorância, tente-se explicar a Crítica da Razão Pura a grelhar ao sol, ou o Teorema de Pitágoras.
O quadrado do quadrado do quadrado igual ao quadrado.
A porra da metafísica que se encontra numa sala a a 47 graus centígrados.[...]"*
Mais que Twin Peaks**, diria Twilight Zone.
* in "E Se Eu Gostasse Muito de Morrer"
**in Público, Mil Folhas,29.12.2006
domingo, fevereiro 11, 2007
In loco (cont.)
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário