Sentiu-se assim, na sexta-feira, gorda.
Também se sentiu assim no Sábado e no Domingo gordo.
Terça-feira de Carnaval a Mãe telefonou à Filha.
- Lembras-te que hoje é dia de fazer Arroz-Doce?
A Filha não se lembrara. Lembrava-se agora que a Mãe a lembrava, que tem que se lembrar de fazer Arroz-Doce.
- A Avó, de certeza, já fez; eu estou a fazer.
A Filha não se lembrara que para haver Arroz-Doce teria agora que ser ela a lembrar-se e a fazê-lo.
A Mãe terá telefonado à mãe, a Avó telefonou à Neta.
- Fizeste Arroz-Doce?
A Filha não se lembrara que estava casada este Carnaval.
Depois de a Mãe ter telefonado a Filha saiu e foi comprar arroz e limão. Depois de almoçar cozeu o arroz juntou o leite gordo e as natas "para pôr o que eles tiram" - segundo a receita da Mãe que já tinha evoluido a partir da da Avó, adaptando-se aos novos tempos - e apercebeu-se que só tinha açúcar amarelo.
A Filha sempre fora particularmente criativa, desde o tempo em que apenas fazia os desenhos com canela no Arroz-Doce. Era tão criativa a cozinhar como distraída quando ía comprar os ingredientes para cozinhar.
- Fiz, ficou muito bom!
A Neta não disse à Avó que tinha alterado mais um pouco a receita.
- "Arroz-Doce Mascarado", moreno como o meu amor! - anunciou ao marido que, Terça-Feira de Carnaval, iria grelhar trutas para o jantar.
terça-feira, fevereiro 20, 2007
Tradição
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2 comentários:
A receita desse Arroz doce ficava bem no meu blog!! Parabéns pelo teu!
Aposto que estava delicioso, o teu arroz-doce mascarado!!
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