sexta-feira, outubro 27, 2006

Marie-Antoinette, Parte II




Siouxie and the Banshees- Hong Kong Garden


Apetece-me insistir...

Para quem quem viu e (acho que) não percebeu.
Para quem não viu não esperar ver o que não está lá, mas ver o que está, quando for ver.


(...) o que é um filme histórico? (...) Não percebo as reacções. Há História e história. E há também muita liberdade mas sem nunca se perder em trocos. Ao longo de quase duas horas, ficamos a saber tudo o que interessa sobre uma das mais odiadas rainhas de sempre. Quem for só atrás de vestidos e multidões (que também os há), arrisca-se a perder muito. (...)
André Murraças


«Marie Antoinette» não é sobre Maria Antonieta. É claro que o argumento se baseia numa biografia (escrita por Antonia Fraser) da esposa de Luís XVI, que o palácio de Versalhes que vemos é mesmo o palácio de Versalhes, é claro que existe uma «reconstituição histórica» vistosa, com cenas exteriores e interiores deslumbrantes, vestidos sumptuosos, móveis vetustos, coreografias impecáveis e uma vaga sinopse das questões políticas da época. Mas não se espere exactidão factual num filme que toma a sua heroína como um caso e não como um exemplo.
Pedro Mexia


(...) todos os filmes de Coppola são sobre jovens raparigas, de uma forma ou de outra, sós. Se as irmãs Lisbon viviam afastadas do mundo pela rigidez dos seus pais, não a suportando, se Charlotte se sentia só num país estranho como era o Japão, sentindo dificuldade em se adaptar ao casamento, e ansiosa em relação ao futuro, Marie Antoinette mais não é do que uma rapariga de 14 anos, atirada para a corte de um país que não o seu, desesperando com o seu casamento e as dificuldades que este traz, e enfrentando a rigidez do protocolo e as intrigas da corte, quando tudo o que quer fazer é ter alguma paz, é poder ver o nascer do sol junto às fontes de Versailles. Uma rapariga que é forçada a enfrentar as dificuldades da vida adulta, forçada a crescer, tal como o marido (como ele diz, a certa altura, são "demasiado novos para governar"), num mundo que sabemos ir acabar quando a turba multa da Revolução sair para rua. E quando Marie Antoinette se despede de Versailles, sabemos que aquela não foi a última vez que baixou a cabeça perante a multidão enraivecida. Como sabemos que, depois da próxima, já não terá cabeça para baixar.
Bruno Alves


(...)As festas e a ociosidade, os hábitos e o ambiente viperino, tais como retratados pela lente modernista de Sofia Coppola, parecem não pertencer ao sec. XVIII, mas tratarem-se de transposições dos ambientes mundanos dos nossos dias, o que não só nos pode levar a questionar a factualidade histórica retratada no filme, como, simultaneamente, ir um pouco mais longe e concluir que há relações sociais que se mantêm inalteradas ao longo dos séculos.(...)
Rit@


Caros críticos de cinema, realizadores frustados e produtores despedidos deste país, por uma vez que seja desçam dos vossos tronos de papel e não sigam os "Cahiers du Cinema" ou as vozes de colegas estrangeiros. Sejam sinceros, e assumam que o terceiro Coppola é uma genial ópera-rock, em que se contra a outra face - ou será a verdadeira? - de Marie Antoinette. (...)
Miss K.




et voilá

(por enquanto fico-me por aqui)

1 comentário:

menir disse...

Pois é, apoio e sublinho. Já disse também de minha justiça. ;)