Ontem ouvi Fernando Savater no "Por outro lado" (Ana Sousa Dias, 2:) e sorri por dentro.
Ainda há quem acredite. Há quem pense.
Há quem se questione e proponha respostas interessantes, úteis.
Há quem olhe o mundo como ele é e continue a encontrar motivos para rir.
Há quem saiba para que serve estar vivo.
Fernando Savater
foto:el mundo
Do blog ESPLANAR copiei um pouco de uma entrevista feita em viagem:
JPG – Quem define o que é preciso para viver em sociedade?
FS – A paciência. A companhia dos outros é sempre difícil de suportar. O homem moderno vive um pouco o complexo da criança mimada, que pensa ser o centro do universo, a criança que quer tudo, quer tudo agora, e todas as sociedades querem tudo imediatamente, não admitem as contrariedades. O sonho infantil por excelência é essa omnipotência. Quando crescemos continuamos a sonhar um pouco com isso. Mas a sociedade é o contrário, é admitir que cada um é importante por si mesmo e que nós somos apenas mais um dentro de um mundo de pessoas que têm os seus próprios fins… ora isso é difícil de suportar. Temos que ter uma certa paciência e uma certa humildade. A sociedade é imprescindível, não há que pedir que sejamos permanentemente felizes, que seja um êxtase permanente… um orgasmo perpétuo por viver em sociedade. A dor, por exemplo… o mundo moderno toma 50 pastilhas por dia para que lhe deixe de doer. É importante aprender a conviver com a dor, porque muitas vezes quer lembrar-te as coisas importantes. Há que aprender a viver com o insuficiente. O filósofo é alguém que aprende a viver com o insuficiente, sabe que vamos conviver sempre com o insuficiente.
quarta-feira, setembro 27, 2006
Hoje acordei com mais esperança num mundo melhor
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2 comentários:
Apanhei num zapping e vi um bocado. Por ele, claro. Muito interessante.
Tenho pena de não ter visto. Esse excerto da entrevista está brutal. Extremamente inteligente, sem pôr de lado a sensibilidade. Notável.
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