segunda-feira, maio 01, 2006

Ah,...


... quanto eu queria navegar
p'ra sempre a Barca dos Amantes
onde o que eu sei deixei de ser
onde ao que eu vou não ia dantes

Ah, quanto eu queria conseguir
trazer a Barca à madrugada
e desfraldar o pano branco
na que for terra, mais amada

E que em toda a parte
o teu corpo
seja o meu porta-estandarte
plantado no seu mais fundo
posso agitar-me no vento
e mostrar a cor ao mundo

Ah, quanto eu queria navegar
p'ra sempre a Barca dos Amantes
onde o que eu vi me fez vogar
de rumos meus a cais errantes

Ah, quanto eu queria me espraiar
fazer a trança à calmaria
avistar terra e não saber
Se ainda o é quando for dia

E que em toda a parte
o teu corpo
seja o meu porta-estandarte
plantado no seu mais fundo
posso agitar-me no vento
e mostrar a cor ao mundo


Sérgio Godinho

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