sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Há coisas que me intrigam...

O termo "doença prolongada" sempre me intrigou, melhor dizendo, sempre me deixou intrigada.
Em pequena, quando ouvia dizer no telejornal que fulano "faleceu vítima de doença prolongada" ficava intrigada com que doença seria essa.
Com o tempo, fui-me apercebendo que a tal doença prolongada estava invariavelmente associada a uma "vítima" que (pelo menos quando tinha direito a ser notícia - o que também me intriga...) acabava por "falecer". Então passei a ficar intrigada com qual das doenças seria.

Que doença(s) essa(s) que não se quer dizer o(s) nome(s)?!...
Serão essas vítimas iguais, com vidas iguais, com sintomas iguais de iguais doenças que se refira à(s) doença(s)prolongada(s) como se de uma peste se tratasse?!...
Pensando nas inúmeras doenças susceptíveis de incluir no conceito de doença prolongada comecei a ficar intrigada sobre o sentido do termo em si:

doença
do Lat. dolentia
s. f.,
- alteração na saúde; falta de saúde; mal, moléstia, enfermidade;
fig.,

- mania; paixão; vício; defeito.

prolongada
sing. part. pass. de prolongar

fem. sing. de prolongado
do Lat. prolongare
v. tr.,
- tornar mais longo; estender; dilatar; aumentar a extensão, a duração de; espaçar; retardar;
v. refl.,
- estender-se; esticar-se; durar.


Fiquei, uma vez mais, intrigada.
Estou em crer que, como em todas as situações na(s) vida(s), as vítimas (pois se quisermos usar termo "vítima", este não se cinge a quem possa vir a "falecer") não há interesse em viver uma doença prolongada. Daí, deduzo, não será a doença a ser prolongada, mas sim a vida.
Com a doença, apesar da doença, para além da doença, prolongada é a vida.

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