Procuro a paz. A calma. O silêncio.
Procuro fugir desse mundo caótico que está lá fora. Fugir dos ruídos constantes, das contradições, das hipocrisias, das mentiras, dos caos.
Não aguento mais. Sou confusa o suficiente.
"Os carros a girar, a girar, à volta do Marquês".
Peço a Árias (como pedia a Sushi) para baixar o som da aprelhagem.
Mania de trazer para casa essa electroestática lá de fora!
Acendo velas. Acendo incenso.
Fecho-me no meu fim de tarde.
Então, quando menos se espera, entra Jo. Sempre de rompante. Sempre uma surpresa.
Sem me dar tempo para...para...para nada.
Acende as luzes, pede uma música brasileira e começa a falar, a falar e a obrigar-me a falar também.
Parte a casca do meu ovo e instala-se.
Traz com ela as flores, a erva fresca, as borboletas, os pássaros, as joaninhas, o sol.
Jo, que vive de noite, tem o sol dentro dela.
Entra por mim a dentro e ilumina os meus cantos mais escuros.
(É duro! Nem sempre estamos prepardos para nos ver assim, com tanto pormenor.)
Vira o meu mundo das avessas e voa.
Depois de ela passar por mim tenho que arrumar tudo outra vez...
Fecho o buraco que abriu na minha fortaleza antes que entre mais alguém.
Reconstruo-me.
Cada vez que ela passa por mim fico mais forte.
Olho o rasto de flores, erva fresca, borboletas, pássaros, joaninhas e o sol que deixou atrás de si. Sei que comigo secarão, morrerão quando o sol se puser.
Sei que vou passar dias a varrer.
Sorrio.
Tenho o conforto de saber que quando estiver tudo outra vez como eu (penso que) quero, queira eu ou não, ela vai voltar para tornar a espalhar flores, erva fresca, borboletas, pássaros, joaninhas e o sol pelo meu mundo.
sexta-feira, dezembro 16, 2005
Sorriso II
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